O franchising segue firme no Brasil como uma estratégia de negócios sustentável e inovadora. Em 2024, o setor atingiu um faturamento de R$ 273,08 bilhões, registrando alta nominal de 13,5 % em relação a 2023. Esse resultado superou as projeções iniciais e demonstra a força do consumo aquecido — impulsionado por emprego, salários e renda crescente.
Os segmentos com maior desempenho em 2024 foram:
Entretenimento e Lazer: +16,6 %
Saúde, Beleza e Bem-Estar: +16,5 %
Alimentação – Food Service: +16,1 %
Alimentação – Comércio e Distribuição: +14,7 %

O número de operações alcançou cerca de 197.700 unidades, apontando estabilidade no número de marcas (em torno de 3.300), mas com expansão de unidades, onde o setor segue criando impacto significativo na economia nacional, empregando cerca de 1,7 milhão de pessoas .
A projeção para 2025 indica crescimento entre 8 % e 10 % no faturamento, com leve incremento — de cerca de 2 % — no número de unidades, redes e empregos. Ainda que haja desafios no cenário macroeconômico — como manutenção da taxa Selic elevada, inflação e pressões sobre o crédito —, o franchising demonstra resiliência.
Outro destaque é a evolução da presença feminina no franchising. De 2015 a 2024, a participação das mulheres nas redes franqueadoras passou de 46 % para 57 %, e elas representam agora 51 % dos postos de trabalho operacionais. Na liderança das franquias, esse número subiu de 19 % para 29 %. Essa transformação é alimentada por maior acesso à formação, mentoria e estímulo à diversidade.
O surgimento do franqueado multimarcas também se fortalece: em 2024, 87 % das redes contavam com multicampeões. As operações multimarcas cresceram de 52 % para 61 % entre 2022 e 2024. Isso revela uma maturidade do mercado e uma preferência por investidores que diversificam portfólio.
No dia a dia do franqueado, a experiência é variada, conforme relatos em comunidades de empreendedores. Alguns destacam que o modelo pode limitar a autonomia — o franqueado “é empregado do franqueador” e deve arcar com royalties e gestão própria. Já outros ressaltam ganhos de 7–8 % ao mês, especialmente em modelos bem estruturados e com suporte consistente. Esses relatos reforçam que, embora menos riscos, franquias exigem perfil ativo e foco na operação.
Elizeu Barroso Alves é Doutor em Administração e Coordenador de Curso de Gestão no Centro Universitário Internacional Uninter.